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terça-feira, 6 de julho de 2010

Jornalismo e as novas redes sociais


O conceito de Mídias Sociais (social media) precede a Internet e as ferramentas tecnológicas – ainda que o termo não fosse utilizado. Trata-se da produção de conteúdos de forma descentralizada e sem o controle editorial de grandes grupos. Significa a produção de muitos para muitos. (Fonte: Wikipédia)

Os brasileiros são os internautas que mais acessam redes sociais no mundo. São 86% dos usuários de internet do país presentes nas comunidades virtuais, que passam cerca de cinco horas por mês nesses sites.

Por esse motivo, surgiu o interesse de saber um pouco mais sobre essas redes sociais como ferramenta de trabalho. A profissão da vez: Jornalista.

A entrevista foi feita com Bruno Cardoso que é bacharel em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo e graduado em Informática com Ênfase em Gestão de Negócios. Desde pequeno é obcecado por escrever e por tecnologia. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Redes Sociais, Território e Novas Mídias, atuando principalmente nos seguintes temas: comunicação, novas tecnologias da informação e comunicação, redes sociais e jornalismo e jornalismo digital. Em um bate papo realizado por email, o jornalista nos explicou o que viria a ser essas redes sociais e quais as relações que elas têm com o jornalismo na atualidade.

Ver antes o post "Novos números para o Jornalismo nas Mídias Sociais" clique aqui!

1- Acha que as redes sociais influenciam o jornalismo? De que forma?
Sem dúvida as redes sociais influenciam o Jornalismo. Existem inúmeros trabalhos acadêmicos sobre o assunto que abordam o tema de maneira mais precisa. Temos o Orkut e o Facebook como disseminadores de notícias e também como um ótimo local para encontrar pautas e procurar boas fontes.

2- Quais são as vantagens para o jornalismo?
São inúmeras. Primeiramente, a troca de experiência entre profissionais. Eu possuo no Facebook uma série de profissionais que ainda não tive a oportunidade de conhecê-los pessoalmente. Outro uso, conforme dito acima é a disseminação de informações. Eu divulgo uma informação para meus amigos e pelas redes sociais eles podem passar essa informação a frente e assim sucessivamente. Dessa forma, conseguimos atingir públicos que nem sabíamos da existência. E, às vezes, um simples tweet de 140 caracteres podem originar uma grande reportagem. Por que não? Além, é claro, da possibilidade de encontrar pessoas em qualquer parte do globo. As fontes podem fazer parte dessas redes sociais e é uma ótima forma de encontrar pessoas.

3- Na sua opinião, é importante os jornalistas estarem registrados em redes sociais, como o Twitter?
É muito relativo isso. Depende do público alvo do veículo aonde o jornalista trabalha. Acho interessante que os jornalistas utilizem as redes sociais para trocarem informações e conhecimentos, porém, não adianta divulgar informações no Twitter para um público que nem utiliza computadores. Gosto de dizer que a web 2.0 dá voz a todos, porém, tem que ver se alguém está disposto a ouvir você.

4- As redes sociais são mais canais de recolha ou distribuição de informação?
Ambos! É uma via de mão dupla.

5- Com o avanço da tecnologia e com as inovações das redes sociais, onde pode haver uma maior troca de informação entre jornais, pessoas, jornalistas, acha que neste novo mundo social, onde falar é chegar a qualquer pessoa em pouco tempo, a ética profissional do jornalismo pode ficar posta em causa? E mais afastada do seu método conceptual?
É importante que o veículo tenha uma política de uso das redes sociais. Boa parte dos protocolos profissionais que se empregam na redação digital são os mesmos adotados nos meios tradicionais. Porém, o meio digital contempla situações e necessidades que lhe são peculiares e as companhias jornalísticas deveriam orientar como seus profissionais deveriam se comportar diante delas.

6- O twitter tem sido uma das redes sociais mais faladas do momento. Todo o mundo fala neste novo meio de comunicação e hoje em dia vários pessoas e organizações estão registradas no twitter por exemplo. Desde cantores, a políticos, a professores, a atores. As informações são postas ao minuto por estas pessoas. Acha que o fato de haver pessoas públicas a atualizarem as informações no instante do qual se servem para se promoverem, ajuda o jornalista na recolha de informação e elaboração de noticias? O twitter pode ser visto como uma fonte/ ferramenta de trabalho?
Em primeiro lugar, eu considero o Twitter uma mídia social, não somente uma rede social. É muito complicada essa terminologia, porém, o Twitter, para mim, é mais um microblog do que uma rede social. Para ser rede, acredito que deva haver uma conexão maior. No Twitter, eu posso estar ligado a você e você não estar ligado a mim. Não há uma comunicação completa, que considero um requisito das redes sociais. Quanto à função no trabalho, ele pode sim ser uma fonte/ferramenta a ser utilizada. Sem sombra de dúvida. É como eu já disse, uma simples frase de 140 caracteres pode gerar uma grande reportagem. O Twitter é o ponto de partida.

7- Num meio tão vasto como o das redes sociais, que legitimidade é que estas redes têm na realidade? Quando se fala em legitimidade, fala-se na veracidade que estas redes e os seus utilizadores têm, porque muitas vezes são criadas falsas páginas com nomes de pessoas falsas. Por exemplo, há mais do que um twitter do Presidente da Republica. Como é que o jornalista consegue verificar a veracidade destas redes e das páginas que nelas existem?
Se o jornalista realmente quiser utilizar esse meio, ele tem que estar por dentro de tudo o que está acontecendo.Particularmente, como bom jornalista, eu desconfio de tudo o que leio. Nunca acredito em uma única fonte. É preciso ter um bom discernimento para não acabar falando bobagem. Como exemplo pego a campanha do “Cala Boca Galvão”, que alguns veículos estrangeiros divulgaram como uma campanha para salvar os pássaros da Amazônia. E aqui no Brasil temos várias situações parecidas. Mas, apesar da internet facilitar a falsa informação, isso já existia antes do surgimento dela. Falsas informações sempre existirão. Cabe ao jornalista saber filtrar a realidade da fantasia.

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